Segurança e Prevenção
História
25 agosto 1395 - Carta de D. João I que confirma, a pedido da câmara, medidas concretas para a prevenção e combate dos fogos em Lisboa. É o primeiro documento que se conhece sobre um serviço de incêndios em Portugal;
1646 - A câmara contrata pela primeira vez, para o serviço de incêndios, um conjunto de trinta oficiais assalariados, entre carpinteiros, pedreiros e trabalhadores, e compra ferramentas para o efeito;
1681 - O senado adquire na Holanda as duas primeiras bombas, para além de outras ferramentas como: arpéus, baldes de couro, machados, picaretas, enxadas, alavancas;
1683 - Primeiro regulamento do serviço de incêndios;
1766 - É criado o lugar de capitão das bombas, atribuído ao mestre calafate Domingos da Costa. Terá sido o primeiro cargo oficial de liderança do serviço de incêndios;
1794 - O senado da câmara cria o lugar de inspetor-geral dos incêndios, que passa a ter também jurisdição sobre a inspeção dos chafarizes, nomeando para o cargo Mateus António da Costa, até então capitão das bombas. Determina, ainda, que as matérias sobre o serviço de incêndios passem a ser da competência de um único vereador;
1834 - Institui-se a Companhia de Bombeiros de Lisboa, vulgarmente chamada do ´Caldo e Nabo`;
1836 - Publicação da tabela dos sinais de incêndio, com o número de badaladas tocadas nos sinos das igrejas e a freguesia a que correspondiam;
1840 - Criação do Pelouro dos Incêndios da Câmara Municipal de Lisboa;
1852 - Organização do Corpo de Bombeiros e, posteriormente, Corpo de Bombeiros Municipais de Lisboa;
1901 - Corpo de Bombeiros Municipais de Lisboa transita para a dependência do Ministério do Reino;
1913 - Transita, novamente, para a dependência do município;
1930 - Criação do Batalhão de Sapadores de Lisboa;
1988 - Designação alterada para Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.
Século XX
10 de abril de 1907 - Rua da Madalena
14 de junho de 1907 - Rua António Augusto de Aguiar
5 de agosto de 1913 - Parque de Automóveis Militares, na Rua Tomaz Ribeiro
13 de setembro de 1914 - Teatro República (atual Teatro Municipal de S. Luís)
13 de janeiro de 1916 - Depósito Central de Fardamentos do Exército, no Campo de Santa Clara
6 de novembro de 1921 - Teatro Ginásio
29 de janeiro de 1929 - Teatro Salão Foz
13 de agosto de 1959 - Igreja de S. Domingos
1 de dezembro de 1964 - Teatro Nacional D. Maria II
6 de setembro de 1966 - Incêndio da Serra de Sintra - Relatório do Incêndio RSB
22 de novembro de 1966 - Teatro Variedades
13 de dezembro de 1967 - Teatro Avenida
18 de fevereiro de 1969 - Instituto Hidrográfico, no Arsenal da Marinha
17 de março de 1978 - Faculdade de Ciências
10 de maio de 1986 - Teatro Maria Vitória
25 de agosto de 1988 - Grandes Armazéns do Chiado
13 de agosto de 1990 - Teatro ABC
7 de novembro de 1996 - Paços do Concelho
Século XIX
3 de janeiro de 830 - Prédio do Barão de Sobral, junto ao Terreiro do Paço
14 de julho de 1836 - Paço da Regência
23 de abril de 1843 - Escola Politécnica
21 de novembro de 1844 - Rua da Madalena
9 de setembro de 1862 - Teatro Tália (ou das Laranjeiras), no Palácio Farrobo
19 de novembro de 1863 - Paços do Concelho
20 de julho de 1871 - Prédio no Corpo Santo
29 de setembro de 1880 - Palácio do Visconde de Ouguela, na Rua Nova do Almada
1881 - Cordoaria Nacional
2 de janeiro de 1882 - Prédios, entre a Rua do Norte e a Rua das Gáveas
1882 - Serração de madeiras ao Cais do Tojo
1883 - Estância de madeiras no Aterro
1883 - Edifício na Rua Direita do Açúcar
20 de maio de 1884 - Quartel de Infantaria na Graça
23 de novembro de 1887 - Palácio dos Condes de Sobral, no Largo do Calhariz
20 de dezembro de 1887 - Rua da Betesga
1890 - Rua do Açúcar
Século XVIII
9 de junho de 1707 - Convento de S. Francisco da Cidade
22-24 de setembro de 1708 - Convento da Trindade
30 de novembro de 1741- Convento de S. Francisco da Cidade
13 de fevereiro de 1745 - Casas da Ribeira
25 de dezembro de 1745 - Paço Real da Ribeira
10 de agosto de 1750 - Hospital Real de Todos-os-Santos
5 de agosto de 1753 - Rua das Canastras
10 de maio de 1754 - Igreja da Patriarcal
1 de novembro de 1755 - Terramoto
10 de maio de 1769 - Nova Patriarcal
25 de julho de 1786 - Quartéis do Regimento da Princesa, na Calçada da Ajuda
27 de janeiro de 1787 - Rua da Madalena
21 de novembro de 1794 - Rua da Madalena
Século XVII
27 de outubro de 1601 - Hospital Real de Todos-os-Santos
29 de março de 1651 - Igreja do Loreto
17 de agosto de 1652 - Mosteiro das Inglesinhas
20 de setembro de 1654 - Convento de Chelas
24 de junho de 1655 - Casas do polvorista Manuel Mateus, ao Bairro Alto
1670 - Convento da Rosa
1694 - Noviciado da Companhia de Jesus, à Cotovia
10 de dezembro de 1697 - Teatro no Pátio da Betesga
Século XIV
1369 - Rua da Ferraria
1373 - Rua da Judiaria
1396 - Rua Nova
Catástrofes de Lisboa na imprensa
Retrato de ocorrências na cidade, a partir do século XIX, através de recortes da imprensa da coleção da Hemeroteca Municipal
A 19 de novembro de 1863, o edifício dos Paços do Concelho de Lisboa foi destruído por um violento incêndio de causas e foco de ignição desconhecidos.
O quarteirão era então ocupado também pelo Banco de Portugal, por várias Companhias, como a das Lezírias, e por diversos escritórios comerciais, encontrando-se nele depositados valores e documentação importante.
Depois do incêndio a reconstrução do edifício foi entregue ao arquiteto Parente da Silva.
No dia 15 de novembro de 1889, uma fuga de gás provocou uma violenta explosão no Chiado, de que resultaram inúmeros feridos e muitos prejuízos materiais.
A consternação foi geral e deu origem a uma discussão pública acerca das condições de segurança do fornecimento de gás.
Na madrugada de 9 para 10 de abril de 1907, deflagrou um incêndio no edifício situado na esquina da Rua da Madalena com as Escadinhas de Santa Justa.
A dimensão do incêndio, a morte de 14 pessoas, as ações de salvamento dos bombeiros e a suspeita de fogo posto deram-lhe uma cobertura noticiosa que se prolongou até ao julgamento dos presumíveis incendiários.
No dia 23 de abril de 1909, cerca das 17h04, ocorreu o maior sismo gerado em terra durante o século XX no território nacional. Teve origem no sistema de falhas do Vale do Tejo, atingiu uma magnitude inferior a 7,0 e foi sentido com uma intensidade máxima de grau IX a X (MMI) na região de Benavente e Samora Correia, onde se localizou o seu epicentro.
Na região de Benavente, provocou a morte de 46 pessoas e ferimentos em outras 75, números que se deveram ao facto de grande parte da população se encontrar a trabalhar nos campos.
Em Lisboa, a intensidade máxima sentida foi de VI, tendo causado apenas danos materiais.
Da destruição causada resultaram avultados danos materiais e um elevado número de desalojados, o que gerou uma imensa campanha de solidariedade, organizada pela imprensa.
No dia 10 de outubro de 1914, uma violenta explosão na casa das caldeiras da Fábrica do Gás, localizada na Rua da Boavista, provocou 18 mortos, cerca de 60 feridos e elevados danos materiais.
Este trágico acontecimento deu origem a severas críticas acerca da localização de tão perigoso equipamento, numa zona tão densamente povoada da cidade.
No dia 19 de dezembro de 1938, o rio Tejo foi palco de um trágico acidente: a colisão entre o vapor "Tonecas" e a draga de sucção "Finalmarina".
A bordo do cacilheiro Lisboa-Cacilhas, viajavam algumas dezenas de passageiros, muitos dos quais perderam a vida.
No dia 15 de fevereiro de 1941, Portugal foi assolado por um ciclone que deixou um rasto de destruição por todo o país, além de um elevado número de mortos, de feridos e de desaparecidos.
A extensão e a gravidade dos danos levaram mesmo a que este fosse recordado como "o dia do ciclone".
Segundo informações da época, o ciclone formou-se entre a Madeira e o Cabo de S. Vicente e o vento terá atingido em Lisboa a velocidade de 127 km/h.
No resto do país, os ventos atingiram valores ainda mais elevados, com o anemómetro da Serra do Pilar a registar rajadas de 167 km/h. Os danos provocados foram consideráveis: estradas cortadas, milhares de árvores arrancadas, casas destelhadas, chaminés derrubadas, famílias sem-abrigo, ligações telegráficas e telefónicas interrompidas, naufrágio de embarcações, etc.
No dia 9 de janeiro de 1943, um hidroavião comercial da companhia British Overseas Airways despenhou-se no Tejo frente a Xabregas.
O avião, que habitualmente fazia a carreira Londres-Lisboa, efetuava um voo de teste de um novo motor quando explodiu e se afundou causando a morte a 13 dos 15 ocupantes.
A recuperação dos destroços e de alguns cadáveres prolongou-se por vários dias.
A estação do Cais do Sodré foi palco de um grave e aparatoso acidente ferroviário na manhã do dia 26 de janeiro de 1951.
Tratou-se de um choque frontal entre um comboio de passageiros, vindo de Cascais, e uma composição de mercadorias.
Deste acidente resultaram um morto e cerca de 50 feridos, alguns dos quais tiveram de ser desencarcerados. A investigação das causas do acidente foi entregue à Polícia Judiciária.
Na madrugada de 2 de dezembro de 1964, um violento incêndio destruiu por completo o Teatro Nacional D. Maria II, apesar da quantidade de meios de socorro empregues.
Na madrugada de 25 para 26 de novembro de 1967, toda a região de Lisboa, incluindo os concelhos limítrofes nas duas margens do Tejo, foram palco de fortes chuvadas que provocaram cheias, de que resultaram mais de 300 mortos, milhares de desalojados e inúmeras habitações destruídas.
Fruto de uma depressão meteorológica que percorreu todo o Vale do Tejo, as suas consequências fizeram-se sentir sobretudo nos concelhos de Loures e de Vila Franca de Xira.
Na estação meteorológica da Gago Coutinho foram registados 115,6 mm de precipitação num período de apenas 24 horas.
No dia 28 de fevereiro de 1969, pelas 2h40, ocorreu um sismo de magnitude 7,3 na escala de Richter, tendo o seu hipocentro sido localizado a Sudoeste do cabo de S. Vicente, na planície da Ferradura, com as coordenadas 36,01ºN 10,57ºW e a uma profundidade de 22 km.
O sismo provocou alarme e pânico entre a população, avarias nos telefones e corte no fornecimento de energia elétrica. Registaram-se 13 vítimas mortais em Portugal Continental, embora apenas 2 em consequência de danos diretos causados pelo sismo, sendo as restantes originadas por doenças cardíacas agravadas pela comoção.
Logo após o sismo, no início de março de 1969, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil promoveu uma missão aos locais mais afetados para analisar o desempenho das estruturas, em particular estudar o comportamento de edifícios de grande porte com estrutura de betão armado.
Pretendia-se, assim, tirar conclusões sobre o desempenho das estruturas enquadradas pela regulamentação em vigor à data do sismo, ou seja, o Regulamento de Segurança das Construções Contra os Sismos, datado de 1958, e que foi o primeiro regulamento sismo resistente, com características modernas, existente em Portugal.
Quatro mortos, foi o balanço da colisão entre o Tollan, um porta-contentores inglês, e o cargueiro Barranduna no dia 16 de novembro de 1980.
O nevoeiro, e a deficiente distribuição da carga de uma das embarcações, terão estado na origem do acidente que se deu frente à doca do Jardim do Tabaco, com o Tollan a ficar ficado encalhado a poucos metros da margem, com o casco virado para cima e bem visível à superfície.
Por dificuldades técnicas, o Tollan manteve-se no local do afundamento até 1983.
No dia 25 de agosto de 1988, a cidade de Lisboa foi palco de um dos mais violentos incêndios da sua história – o “incêndio do Chiado”.
O fogo teve o seu foco inicial na Rua do Carmo e propagou-se à Rua Garrett, tendo sido grande o esforço dos bombeiros para evitar a propagação às zonas envolventes, também elas históricas.
Provocou a total destruição de 18 edifícios, alguns deles emblemáticos do comércio da cidade: Armazéns do Chiado, Estabelecimento Eduardo Martins, Pastelaria Ferrari, Casa Batalha, e outros espaços do comércio tradicional, além de escritórios e habitações. Calcula-se que cerca de 2 000 pessoas perderam os seus postos de trabalho.
No combate ao incêndio estiveram envolvidos cerca de 1 150 homens e 275 viaturas. Registaram-se duas vítimas mortais e 73 feridos, na sua esmagadora maioria bombeiros.
Este acontecimento marcante na vida da cidade foi, pela sua dimensão, alvo de uma enorme cobertura mediática, tanto em Portugal como no estrangeiro. Desde as primeiras notícias, ainda carregadas de incerteza, divulgadas no início da tragédia, até ao acompanhamento do longo processo de reconstrução da autoria do arq.º Siza Vieira, são milhares as referências que este acontecimento suscitou.