Bairro da Boavista

Toponímia

O nome do bairro está associado à sua localização na vertente norte do Parque de Monsanto.

Origem

A génese do Bairro da Boavista está associada ao crescimento da população na cidade de Lisboa nas décadas de 1930 e 1940, dada a incapacidade de resposta habitacional. É um dos bairros criados durante o Estado Novo em resposta à precariedade habitacional da cidade que se tornava atrativa para profissionais oriundos das províncias e para o proletariado que os meios de produção local não absorviam. Um bairro provisório que se foi tornando definitivo.

Evolução física

A primeira fase de crescimento do Bairro da Boavista remonta a 1939, com a construção de 488 casas unifamiliares em madeira e fibrocimento, uma capela, duas escolas primárias (masculina e feminina), um centro social, uma creche, um posto clínico e um jardim de infância com consultas de pediatria, uma pequena maternidade, o mercado e o lavadouro público.

Em 1941 decorreu a primeira cerimónia oficial de entrega de chaves às famílias, com a presença do então Presidente da República, Marechal Carmona. Entre 1945 e 1960 o bairro expande-se com a construção de novas casas pré-fabricadas.
Entre 1961 e 1970 são construídas 38 casas de alvenaria em banda continua e implantadas nos terrenos do campo de futebol que a população tinha construído. Estas novas casas serviram para realojar famílias não residentes, apesar da sobreocupação e da notória degradação e envelhecimento de muitas das habitações já existentes.

Processo de realojamento

Na década de 1970 são construídas 520 habitações unifamiliares de alvenaria. Essa zona ficou conhecida como o Bairro Novo da Boavista. Parte dessas habitações começou a ser demolida em 2016, para dar lugar a habitações de Nova Geração.

Em 1976 inicia-se a primeira fase de renovação, com um novo processo de realojamento. Foram demolidas 90 barracas do Bairro Vermelho de Cima (Quarteirão Norte) e outras tantas do Quarteirão Sul; construíram-se 80 fogos. Foi, também, um bloco escolar.
Entre 1980 e 1984, um programa de habitação municipal permite a construção de 230 fogos distribuídos por 13 lotes para o realojamento local. O projeto de realojamento é retomado em 1988, no âmbito do PIMP e continuou até 1999 com o PER, totalizando 819 fogos e permitindo a demolição do chamado Bairro Velho da Boavista.

As novas habitações foram atribuídas a famílias oriundas do bairro, mas também a população oriunda de diversos locais, como o Bairro do Irmão Pobre, a Quinta José Pinto, o Bairro da Liberdade e o Casal das Pulgas e Granja. Em consequência, o número de habitações aumenta de 488 para cerca de 1 500.

Nesta década constrói-se, ainda, uma esquadra da PSP, e na década de 1990 foi inaugurada a primeira farmácia no bairro. Em 2009, o Município de Lisboa selecionou o Bairro da Boavista como um “Eco-Bairro”, fazendo um conjunto de investimentos e melhorias que contribuíram para transformá-lo numa referência ambiental, social e urbana.

A 31 de dezembro de 1996 foi demolida a última barraca e realojada a última família residente nas casas de fibrocimento. Estima-se uma população residente no bairro de 3 400 pessoas.