Solidariedade em Tempos de Pandemia
Maio/2021
No momento difícil que o mundo atravessa, o apoio aos mais vulneráveis é importante e, para alguns, fundamental para a sua sobrevivência. É o caso da população sem-abrigo. A Câmara Municipal de Lisboa criou centros de acolhimento de emergência, que estarão ativos enquanto durar a pandemia, para reforçar o apoio a estas pessoas.



Doar é dedicar-se a uma causa que salva vidas. E tanto empresas como particulares fizeram questão de pertencer a este movimento de generosidade.
É garantido albergue, acompanhamento psicossocial, alimentação e todas as necessidades básicas. E é aqui que entra o poder da doação. Doar é dedicar-se a uma causa que salva vidas. E tanto empresas como particulares fizeram questão de pertencer a este movimento de generosidade.
“As doações chegaram de associações, empresas e pessoas individuais que foram dando grande parte de bens materiais, bens alimentares e até recursos humanos, muito importantes desde o início” explica Patrícia Fernandes, da Associação VITAE e coordenadora do Centro de Emergência do Casal Vistoso.
Empresas como o DIA-Minipreço, que desde o início da pandemia já doou mais de 20 toneladas de bens alimentares e não alimentares, e que continua a fazer doações semanais; o IKEA, com roupas de cama e atoalhados; a MEO, com o acesso à televisão e cartões de telemóvel; a Caixa Geral de Depósitos, com telemóveis e impressoras; a Delta, com doações de café; a Pizza Hut e a Telepizza com doações pontuais; entre outras associações e instituições.
De salientar ainda a Animalife, que continua a oferecer ração, vacinas e apoio à saúde dos animais de estimação das pessoas em situação de sem abrigo. Uma associação muito importante para o Casal Vistoso e para Casa do Lago, que são os centros que aceitam animais de estimação.

"Até abril de 2021, os centros de emergência já acolheram cerca de 900 pessoas que se encontravam em situação de sem-abrigo, sobretudo porque não aceitavam uma resposta ou têm animais estimação e não queriam abdicar deles, mas estes centros municipais permitem que os animais fiquem junto dos seus donos."
Patrícia Fernandes, Associação VITAE
Há pouco mais de um ano, a autarquia teve necessidade de criar soluções específicas, adaptadas ao contexto de pandemia Covid-19 e por isso, em março de 2020, Lisboa abriu quatro centros de acolhimento de emergência para as pessoas em situação de sem-abrigo.
Patrícia Fernandes explica que, até abril de 2021, os centros de emergência já acolheram cerca de 900 pessoas que se encontravam em situação de sem-abrigo, “muitas delas em situação crónica de sem-abrigo, sobretudo porque não aceitavam uma resposta ou têm animais estimação e não queriam abdicar deles, mas estes centros municipais permitem que os animais fiquem junto dos seus donos.”
Com existência dos centros de acolhimento, centenas de pessoas saíram da rua, ou evitaram cair na rua depois de terem perdido os seus rendimentos. Muitas foram encaminhadas para soluções de alojamento permanente.









A coordenadora do Centro de Emergência do Casal Vistoso conta que logo no início da pandemia, a população percebeu que tinha surgido uma resposta de apoio aos sem-abrigo e muitas sentiram o apelo de ajudar. “Dirigiam-se ao centro e traziam roupa, produtos alimentares confecionados ou não, e até bens materiais”. O Pavilhão do Casal Vistoso é a sede dos centros de alojamento de emergência, onde se concentram as doações, que depois são distribuídas pelos três restantes centros: a Casa dos Direitos Sociais, a Pousada da Juventude do Parque das Nações e a Casa do Lago.
A população portuguesa é, de um modo geral, muito generosa e a pandemia mostrou isso. Mesmo com o desafio da quarentena, a doação de alimentos foi sempre uma ação contínua. Quando se fala em doação, estamos a falar em ajudar o próximo, em oferecer aquilo que não nos fará falta, mas que será exatamente tudo para o outro. E é em altura de crise que o povo português mais mostra o seu espírito solidário, altruísta e bondoso.

Associações e empresas que apoiam os Centros de Acolhimento de Emergência:
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (Casa do Lago); Souma de todas as partes; Médicos do Mundo; Exército de Salvação; NoorFátima; IPJ/IPDJ (Pousada da Juventude); Clube Nacional de Natação; Atlético Clube de Portugal; MEO; DIA-Minipreço; Delta; CGD (telemóveis e impressoras); Ikea; Eat Tasty; AHP – Hotelaria de Portugal, através de vários hotéis, destacando o hotel Vila Galé; Jerónimo Martins; Johnson & Johnson; Continente; Brico-Ware; 3DMask; Pizza Hut; Telepizza, entre outras.