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Estátua Padre António Vieira: homenagem merecida a um grande homem

O largo Trindade Coelho ostenta agora a estátua daquele que foi considerado por Fernando Pessoa o "imperador da língua portuguesa". Fernando Medina esteve na inauguração e deseja que se trate "do primeiro de vários seguimentos públicos de recuperação e elevação dessa extraordinária figura portuguesa."


Fernando Medina participou em 22 de junho na inauguração da estátua do Padre António Vieira, instalada no Largo Trindade Coelho, que considera tratar-se de uma homenagem fundamental a “uma das maiores personalidades do pensamento” português até agora sem "a devida expressão de reconhecimento” na cidade. Uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em que participaram ainda o seu provedor, Pedro Santana Lopes, o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, que procedeu à bênção da estátua, o padre José Frazão Correia, da Companhia de Jesus, e o padre António Vaz Pinto. 

A estátua resulta de um protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para a requalificação do Largo Trindade Coelho, em 2009, no qual a SCML assumiu a responsabilidade pela concepção e execução do monumento. O processo passou por um concurso lançado em 2015 com um júri composto por representantes da SCML, CML, Companhia de Jesus, Direção Geral do Património Cultural e Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa. O vencedor foi o escultor Marco Telmo Areias Fidalgo. 

Trata-se da primeira estátua erigida em Lisboa ao conhecido clérigo jesuíta, nascido na capital portuguesa em 1608 e falecido na Baía, Brasil, em 1697. Um monumento que vem complementar o polo cultural naquele largo constituído pelo museu e igreja de São Roque, o arquivo histórico e a biblioteca da SCML, a que se juntarão brevemente a sede do arquivo e da biblioteca da Brotéria da Companhia de Jesus, a instalar no palácio Marquês de Tomar, e a exposição permanente “Casa Ásia - Colecção Francisco Capelo”, no Palácio de São Roque. 

Reconhecimento merecido

“Fazia falta aqui neste monte”, disse Dom Manuel Clemente, que lembrou uma outra estátua “que representa os alvores da nossa história portuguesa, aquilo que a cidade era quando Lisboa nasceu”. Falava do monumento a Santo António, no Largo de Santo António, junto à Sé de Lisboa, “certamente a figura mais emblemática do Portugal nascente, que foi muito além da cidade”. O clérigo lembrou o percurso além-fronteiras de Santo António no século XII, para fixar, séculos depois [séc XVII], “um outro António que também partiu”, referindo o seu nascimento em Lisboa e passagem pelo Brasil, onde morreu. “Esta outra colina representa a expansão da cidade, já moderna, contemporânea”, disse, para sublinhar que António Vieira viveu.

“Um dia grande em que se repara uma grande injustiça e homenageia um grande homem”, disse o padre António Vaz Pinto; uma homenagem justa, sublinhou Pedro Santana Lopes, que lembrou palavras do padre António Vieira: “para falar ao vento bastam palavras, mas para falar ao coração são precisas obras.” 

“Uma das maiores personalidades do pensamento português que não tinha a devida expressão de reconhecimento”, afirma Fernando Medina, que valoriza “o papel que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem tido, nos últimos anos, na valorização patrimonial da cidade”. 

A Câmara Municipal de Lisboa assume desta forma “a sua obrigação com a História”, sublinha o edil, que faz questão em afirmar que um Estado laico não deve desvalorizar ou separar a religião “enquanto fenómeno colectivo”. É, diz, “aquele que a entende, incorpora, valoriza e apoia enquanto sinal da expressão colectiva, principalmente numa cidade.”

O presidente da autarquia considera tratar-se de “uma obra particularmente bonita, que honra muito” o Largo Trindade Coelho e a memória do padre António Vieira. “Que seja o primeiro de vários seguimentos públicos de recuperação e elevação dessa extraordinária figura portuguesa”, sublinha. 

Fernando Medina participou em 22 de junho na inauguração da estátua do Padre António Vieira, instalada no Largo Trindade Coelho, que considera tratar-se de uma homenagem fundamental a “uma das maiores personalidades do pensamento” português até agora sem "a devida expressão de reconhecimento” na cidade. Uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em que participaram ainda o seu provedor, Pedro Santana Lopes, o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, que procedeu à bênção da estátua, o padre José Frazão Correia, da Companhia de Jesus, e o padre António Vaz Pinto. 

A estátua resulta de um protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para a requalificação do Largo Trindade Coelho, em 2009, no qual a SCML assumiu a responsabilidade pela concepção e execução do monumento. O processo passou por um concurso lançado em 2015 com um júri composto por representantes da SCML, CML, Companhia de Jesus, Direção Geral do Património Cultural e Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa. O vencedor foi o escultor Marco Telmo Areias Fidalgo. 

Trata-se da primeira estátua erigida em Lisboa ao conhecido clérigo jesuíta, nascido na capital portuguesa em 1608 e falecido na Baía, Brasil, em 1697. Um monumento que vem complementar o polo cultural naquele largo constituído pelo museu e igreja de São Roque, o arquivo histórico e a biblioteca da SCML, a que se juntarão brevemente a sede do arquivo e da biblioteca da Brotéria da Companhia de Jesus, a instalar no palácio Marquês de Tomar, e a exposição permanente “Casa Ásia - Colecção Francisco Capelo”, no Palácio de São Roque. 

Reconhecimento merecido

“Fazia falta aqui neste monte”, disse Dom Manuel Clemente, que lembrou uma outra estátua “que representa os alvores da nossa história portuguesa, aquilo que a cidade era quando Lisboa nasceu”. Falava do monumento a Santo António, no Largo de Santo António, junto à Sé de Lisboa, “certamente a figura mais emblemática do Portugal nascente, que foi muito além da cidade”. O clérigo lembrou o percurso além-fronteiras de Santo António no século XII, para fixar, séculos depois [séc XVII], “um outro António que também partiu”, referindo o seu nascimento em Lisboa e passagem pelo Brasil, onde morreu. “Esta outra colina representa a expansão da cidade, já moderna, contemporânea”, disse, para sublinhar que António Vieira viveu.

“Um dia grande em que se repara uma grande injustiça e homenageia um grande homem”, disse o padre António Vaz Pinto; uma homenagem justa, sublinhou Pedro Santana Lopes, que lembrou palavras do padre António Vieira: “para falar ao vento bastam palavras, mas para falar ao coração são precisas obras.” 

“Uma das maiores personalidades do pensamento português que não tinha a devida expressão de reconhecimento”, afirma Fernando Medina, que valoriza “o papel que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem tido, nos últimos anos, na valorização patrimonial da cidade”. 

A Câmara Municipal de Lisboa assume desta forma “a sua obrigação com a História”, sublinha o edil, que faz questão em afirmar que um Estado laico não deve desvalorizar ou separar a religião “enquanto fenómeno colectivo”. É, diz, “aquele que a entende, incorpora, valoriza e apoia enquanto sinal da expressão colectiva, principalmente numa cidade.”

O presidente da autarquia considera tratar-se de “uma obra particularmente bonita, que honra muito” o Largo Trindade Coelho e a memória do padre António Vieira. “Que seja o primeiro de vários seguimentos públicos de recuperação e elevação dessa extraordinária figura portuguesa”, sublinha. 

Imperador da língua portuguesa

O Padre Jesuíta a quem Fernando Pessoa chamou "imperador da língua portuguesa" é unanimemente considerado uma das mais influentes personagens portuguesas do seu tempo. Nascido em Lisboa a 6 de fevereiro de 1608, faleceu em 18 de julho de 1697 na Baía, Brasil. Foi homem de confiança de D. João V, que o enviou pela Europa com importantes missões diplomáticas. 

Orador privilegiado da Companhia de Jesus, atraía multidões em Lisboa com os seus sermões, alguns dos quais proferidos na Igreja de São Roque, à época casa professa desta companhia. Filósofo, escritor e orador português, destacou-se como missionário em terras brasileiras onde foi um ativista na defesa dos índios, dos escravos e da salvação humana. 

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